quarta-feira, 28 de agosto de 2013

CIRURGIAS PLÁSTICAS ASSOCIADAS

QUANDO DIZER NÃO?

Com a popularização das cirurgias plásticas, um novo desafio surge para Medicina: conscientizar os pacientes de que as correções físicas não resolvem todos os problemas emocionais. O médico, muitas vezes, tem que cumprir a difícil missão de dizer NÃO!

Esvaziar os pneuzinhos; aumentar os seios; dar adeus aos culotes; enxugar as gorduras dos braços, costas e coxas e, ainda, conquistar aquele bumbum que toda brasileira sonha. Ufa! Ficar com o corpo perfeito parece até simples. A Medicina e suas revoluções conseguem ajustar quase qualquer imagem física. Esse fato, combinado com o imediatismo próprio da sociedade contemporânea, faz crescer a procura por cirurgias associadas, quando em um mesmo procedimento a paciente se submete a duas cirurgias em regiões distintas simultaneamente. A praticidade, no entanto, exige um alerta: embora seja possível essa intervenção, o paciente deve estar consciente dos riscos embutidos na decisão.

A busca pelo corpo perfeito, destaca Elizeu Lavor, especialista em Cirurgia Plástica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – SBCP, não pode escravizar a pessoa até o ponto de ela simplificar o processo de escolha do profissional, optando apenas pelo preço do procedimento, ou fechar os olhos para os riscos que uma cirurgia acarreta. As cirurgias podem ser associadas, mas exigem do paciente discernimento para aceitar as limitações da intervenção e disciplina para seguir os cuidados pré e pós-operatórios.

“Deve-se não banalizar, e nesta simplificação expor-se a riscos desnecessários, com resultados nem sempre reparáveis. Com essa banalização, muitos pacientes procuram profissionais não qualificados, não buscam checar as qualificações profissionais dos mesmos, fazem pesquisa e optam pelo mais ‘barato’, submetem-se a procedimentos de centro cirúrgico em simples consultórios/ clínicas destituídos de estrutura mínima para garantir a segurança”, alerta o médico.

As técnicas cirúrgicas, com o passar dos anos, tornaram-se mais eficientes e apuradas. Com elas, vieram também a evolução da anestesia e a possibilidade de um trabalho multidisciplinar, determinado aí, em linhas gerais, o conceito de cirurgias plásticas associadas.

As principais vantagens são os resultados mais rápidos, pois as alterações são corrigidas em um só procedimento. Além, evidentemente, de expor o paciente a apenas um ato anestésico e um único pós-operatório.

A vantagem de passar por apenas um procedimento e realizar mais de uma correção, porém, não pode sobrepor o cuidado com a saúde, ou seja, as técnicas são permitidas desde que não haja condições clínicas que coloquem o paciente numa situação de risco. É neste contexto que entra o bom senso do médico e o discernimento do paciente em escutá-lo e respeitar sua avaliação.

“Alguns pacientes não enxergam com seriedade a situação, não respeitam as orientações dadas pelo profissional, não cumprem as restrições necessárias, podendo resultar frequentemente em problemas de maior ou menor gravidade, tais como cicatrização inadequada e infecções. Importantíssimo enfatizar a relevância disto tudo. Muitos encaram o momento como festa, e até como uma autodefesa e para parecer “forte” perante familiares e amigos, faz além (ou aquém) do que deveria fazer. Os cuidados são temporários, mas os resultados definitivos”, adverte Dr. Elizeu.

Exemplos de cirurgias que podem ser combinadas com segurança, se as condições físicas e de saúde permitirem, são a abdominoplastia com lipoaspiração, abdominoplastia com implante mamário, lifting facial com pálpebras, rinoplastia com septoplastia ou aumento do queixo, lipoaspiração com próteses glúteas ou panturrilha, dentre outras. Recomenda-se evitar cirurgias muito longas e extensas, tais como grandes lipoaspirações com abdominoplastia e grandes reduções mamárias no mesmo ato, sendo mais prudente dividi-las em 2 tempos cirúrgicos.

A associação com especialidades distintas também deve ser avaliada criteriosamente, pois o aumento dos riscos é exponencial. A cirurgia plástica nunca adentra a cavidade abdominal, e a combinação com cirurgias de vesícula, uterina, ovário, dentre outras, acrescenta fatores que podem comprometer a segurança tão desejada e buscada. Vale ressaltar que a associação de cirurgias requer um grande entrosamento entre os membros da equipe e das outras especialidades, quando for o caso.

QUANDO É HORA DE DIZER NÃO

Como citado anteriormente, a busca pela beleza não pode colocar a saúde em risco. O sinal amarelo, contudo, representa um dos grandes desafios, hoje, para os profissionais especializados em cirurgias plásticas. Cabe ao médico, muitas vezes, a difícil missão de dizer NÃO.

As intervenções, mesmo cercadas por especialistas e normas de seguranças, não são isentas de riscos. E mais: o ajuste de imagem não significa, necessariamente, um novo amoldamento da imagem emocional. Sim, a cirurgia plástica deve ser entendida como uma ramificação da Medicina importante por trazer, principalmente, benefícios psicológicos ao paciente. Todavia, há um limite tênue entre melhorar a autoestima da pessoa e vender a ilusão de que tudo na sua vida vai mudar após um procedimento estético. “A definição de Saúde pela OMS define que ‘a saúde é um estado de completo bem-estar físico, psicológico e social, e não apenas ausência de doença’. Muitas vezes alterações físicas, mesmo quando apenas de caráter estético, podem causar perturbações psicológicas, que podem em todas as fases da vida comprometer o desenvolvimento pessoal, as interações sociais, amorosas e profissionais. E isso tudo não é ‘frescura’. Mas, há casos justificáveis e outros nem tanto”, explica Dr. Elizeu Lavor, especialista em cirurgia plástica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – SBCP.

Mais informacoes:
contato@elizeulavor.com.br

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