domingo, 29 de abril de 2012

TUDO SOBRE A CREATINA

Quem frequenta academia de ginástica já deve ter ouvido falar na palavra “CREATINA”, que nada mais é que um suplemento que promete garantir energia de sobra pra malhar e ainda aumenta a massa muscular. Bom, teve uma época que esse suplemento tornou-se proibido, depois disseram que estava liberado.

Para pôr fim a esse disse-me-disse, e a todas as dúvidas referentes a este tema, segue abaixo uma matéria bem legal, publicada pela Revista Corpo a Corpo.

Após incansáveis discussões entre a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a indústria de suplementos alimentares e o setor acadêmico, o debate chegou ao fim. Finalmente, a creatina teve a sua comercialização liberada no Brasil como suplemento para atletas e deixou de ser considerada um medicamento tarjado e controlado por receita médica. Mas o seu consumo ainda gera polêmica. Seus defensores alegam que a substância dá mais pilha para os músculos e aumenta o muque. Lembram até que vários atletas já recorreram a essa espécie de, digamos, combustível, e não tiveram prejuízos para a saúde.

“O jogador Kaká, por exemplo, usou creatina em 2002 e não sofreu efeito colateral algum. Muito pelo contrário, ganhou massa muscular e melhorou seu desempenho”, lembra Turíbio Leite de Barros Neto, fisiologista do São Paulo e coordenador do Centro de Medicina Esportiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Outros, porém, acreditam que o consumo deve ser bem controlado, porque o excesso pode trazer sérias consequências para o organismo. Para tirar essa história a limpo, pedimos aos maiores especialistas sobre o assunto que esclarecessem todas as dúvidas. Acompanhe!

O que é a creatina?

R. “É um composto produzido naturalmente pelo nosso organismo para fornecer a energia necessária aos nossos músculos. Ela é produzida pelo fígado e, em seguida, levada pelo sangue para as células dos músculos, onde é convertida em fosfato de creatina. Lá, ela fica armazenada para ser ‘queimada’ durante a atividade física”, explica Regina Mestre, nutróloga (RJ).

Ela pode ser encontrada nos alimentos?

R. Sim, principalmente na carne vermelha e no peixe. E agora tem seu consumo liberado como suplemento, na forma de xarope ou pó.

Mas se ela é encontrada nos alimentos, por que consumi-la em suplementos?

R. A nutricionista Silvia Mantovani (SP) esclarece a questão: “dosagem ideal de creatina varia de 3 a 5 gramas por dia e nenhum alimento é rico o suficiente para fornecer essa quantidade. Para se ter uma ideia, 1 quilo de carne fornece apenas 4 gramas de creatina. Portanto, para melhorar o desempenho de atletas, é necessária a suplementação”.

Como ela age no organismo?

R. Para entender, é preciso compreender o mecanismo de uma molécula chamada ATP (adenosina trifosfato). “Quando nossos músculos precisam de energia para fazer algum movimento, um desses três fosfatos é utilizado. A função da creatina é recuperar esse fosfato para formar um novo ATP. Ela favorece rapidamente a recuperação desse combustível muscular”, explica Carlos Simeão Júnior, treinador da Body Systems e nutricionista da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Por isso, a creatina é indicada para esportes de explosão, como atletismo.

Então ela não faz efeito para quem pratica atividades de resistência, como a corrida?

R. A suplementação com creatina não é eficiente para as atividades de longa duração. “substância pode causar retenção de água e aumento no peso. E para maratonistas e triatletas, por exemplo, carregar mais peso pode ser um problema”, explica Júlio Tirapegui.

Quem frequenta a academia diariamente pode consumir o suplemento?

R. Não. Maria Cecília Britto, diretora da Anvisa (DF), alerta que o consumo deve ser restrito aos atletas profissionais, que praticam exercícios de alta intensidade. “Os demais devem seguir uma dieta balanceada e diversificada, suficiente para atender às necessidades nutricionais”, explica Maria Cecília Britto.

É verdade que ela aumenta a massa muscular em poucas semanas?

R. “É possível, mas varia de pessoa para pessoa. É preciso considerar o organismo e o treino que está sendo realizado”, explica o fisiologista Turíbio Leite.

A creatina provoca um inchaço do músculo?

R. A creatina consumida sob orientação de um nutricionista, acompanhada de alimentação balanceada e treino, pode aumentar a musculatura. “Ela dá mais
resistência muscular, o treino fica mais pesado e há uma hipertrofia. Mas se for consumida em excesso, haverá retenção de líquidos (o que nenhuma mulher gosta) e inchaço dos músculos”, alerta Alessandra Caviglia, nutricionista da academia Cia. Athletica (SP).

Ela pode causar outros efeitos colaterais?

R. Sim. Seu uso prolongado pode causar problemas no fígado e nos rins, órgãos que metabolizam a creatina e a removem do organismo. “Em uma sobrecarga de creatina, tanto pela dosagem alta quanto pela não necessidade do seu uso, esses órgãos ficam sobrecarregados, o que pode gerar insuficiência hepática e renal”, alerta Jomar Souza, especialista em Medicina do Exercício e do Esporte e Diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME).

Como o suplemento é consumido?

R. Ele é encontrado na forma de pó ou xarope. Segundo o bioquímico Júlio Tirapegui, a dosagem inicial é de 20 ou 30 gramas por dia, nos nove primeiros dias. O que representa um aumento de 25% nos níveis de creatina muscular — muito superiores à quantidade que seria normalmente ingerida. Aa partir daí o consumo passa para 2 a 3 gramas por dia, durante dois meses e meio. Mas deve ser sempre consumida com orientação de um profissional da área de saúde.

Quem pode consumi-la?

R. “Apenas atletas profissionais, já que ela favorece o desempenho em atividades de força e também em esportes que necessitam de explosão muscular”, explica Júlio Tirapegui, bioquímico e professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos pesquisadores que participaram da consulta pública da Aanvisa. “Aproximadamente 95% da quantidade total de creatina que temos em nosso corpo é armazenada nos músculos com fibras de contração rápida. Por isso, sua ação é eficiente somente em exercícios de curta duração e de grande intensidade, como corridas de 100 metros e natação de 50 metros, onde existe a necessidade do praticante fazer uma reposição rápida de energia”, alerta o bioquímico ”

Fonte: BuscaSAude

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