domingo, 4 de novembro de 2012

ADOLESCÊNCIA E CIRURGIA PLÁSTICA. OPERAR OU ESPERAR?


Orelha de abano, nariz grande, seios pequenos ou grandes demais. Esses são alguns motivos que estão estimulando a ida de adolescentes aos consultórios de cirurgias plásticas. Mas a dúvida que permeia a mente de muitos pais é: será que já é hora para meu filho fazer uma cirurgia plástica?

“Esses jovens buscam aceitação própria, auto-confiança para se socializarem e, consequentemente, obterem um melhor desenvolvimento na escola, nas relações amorosas e no trabalho”, revela o cirurgião plástico, Elizeu Lavor.


Ele acrescenta ainda que a Organização Mundial de Saúde (OMS), define que saúde é um estado de completo bem estar físico, psicológico e social e não apenas a ausência de doenças. “Muitas vezes, as alterações físicas interferem no bem estar e acabam afetando a saúde emocional, psicológica das pessoas. Acredito que por isso elas buscam mudanças para se sentirem melhor”, revelou Lavor.

Para o médico Elizeu Lavor, a procura por cirurgias plásticas na adolescência é um fenômeno que acontece não apenas no Brasil, mas em outros países.

Ele explica que cada caso deve ser analisado sob uma ótica individual, e de acordo com a intensidade das alterações. “Muitas vezes as alterações causam prejuízos reais à saúde do adolescente, como por exemplo, problemas de postura e dores nas costas, quando as mamas são grandes, ou dificuldades de respiração, quando há alterações no septo nasal”.

A idade do paciente que deseja uma cirurgia plástica também é fundamental para a concretização do procedimento. “A otoplastia, correção das “orelhas de abano”, pode ser realizada após os seis ou sete anos, quando esta parte do corpo já está plenamente desenvolvida e a criança começa a ter maturidade para que o desejo de operar seja dele e não dos pais”, explica Elizeu Lavor.

Exceto a otoplastia, as outras partes do corpo podem ser tratadas cirurgicamente após os 16 ou 17 anos, com alguns exceções, de acordo com o grau de maturação do paciente.

O cirurgião revelou também que muitos adolescentes procuram os consultórios preocupados com o acumulo de gorduras e desejam uma lipoaspiração. “Nesses casos, diferente de quando a intervenção cirúrgica é a única alternativa, a adoção de uma reeducação alimentar, aliada a prática de exercícios físicos podem ajudar a resolver”, explica.

Outros procedimentos procurados pelos jovens são a ginecomastia, quando a mama masculina é desenvolvida, e o implante de silicones. “Neste último caso, onde a cirurgia é de baixa agressividade e rápida recuperação, a indicação é para após os 16/17 anos, se a hipotrofia for acentuada e estiver comprometendo psicologicamente, desde que a adolescente tenha amadurecido fisiologicamente. Para alterações mais leves, o ideal esperar até os 18 anos”.

Elizeu Lavor alerta que a escolha de um bom profissional é fundamental para o sucesso da cirurgia. “É importante checar se o médico é qualificado e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no site www.cirurgiaplastica.org.br, esclarecer todas as dúvidas e cuidados necessários durante a consulta, pessoalmente.

Evitar que a cirurgia aconteça em locais inadequados, realizar todos os exames solicitados e respeitar as restrições do pós-operatório. E o mais importante: muito bom senso na decisão entre operar ou esperar…”

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